Transição para neutralidade climática poderá aliviar extremos de temperatura e precipitação em várias regiões do país
Após um ano marcado por chuvas intensas no Rio Grande do Sul e ondas de calor em várias partes do Brasil, o fenômeno El Niño de 2023-2024 chega ao fim, abrindo caminho para um período de neutralidade climática. Especialistas preveem que este interlúdio será seguido pelo fenômeno La Niña, que deverá ser oficialmente declarado pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) entre julho e agosto deste ano.
O La Niña, conhecido por suas temperaturas mais baixas na superfície do Oceano Pacífico equatorial, influencia significativamente os padrões climáticos globais. No Brasil, isso se traduz em menos precipitações no Sul e um aumento nas chuvas no Norte e Nordeste. Essa mudança é crucial para os produtores agrícolas, pois enquanto algumas regiões podem enfrentar estiagem, outras podem sofrer com chuvas excessivas e até enchentes.
Impactos Regionais
No Sul do Brasil, região tradicionalmente agrícola, a expectativa de menos chuva durante o La Niña preocupa os agricultores, especialmente em áreas de cultivo de grãos. Entretanto, mesmo durante o período de estiagem, não são descartados eventos de chuva extrema, que podem causar inundações e desafiar a gestão de recursos hídricos.
Por outro lado, o fenômeno favorece a incursão de massas de ar frio, o que pode ser benéfico para algumas culturas que necessitam de temperaturas mais baixas. No entanto, as estiagens associadas ao La Niña também aumentam as chances de ondas de calor e temperaturas extremamente altas durante o verão, impactando diretamente a produtividade agrícola.
Preparação e Resposta
Para o setor agrícola, é fundamental monitorar as previsões climáticas e adaptar as práticas de cultivo e irrigação de acordo com as tendências esperadas. A utilização de tecnologias agrícolas avançadas pode ajudar a otimizar o uso da água e a manter a produtividade mesmo sob condições adversas.
Perspectivas Globais
Globalmente, La Niña tende a reduzir a temperatura média do planeta, oferecendo um breve alívio ao aquecimento global. No entanto, o avanço do aquecimento global significa que, atualmente, mesmo um forte evento de La Niña pode resultar em temperaturas médias mais altas do que eventos similares no passado.
A transição de El Niño para La Niña é um lembrete da constante dinâmica climática que impacta a agricultura. Preparar-se para essas mudanças, entender seus potenciais impactos e responder adequadamente são passos essenciais para garantir a sustentabilidade e a prosperidade do setor agrícola brasileiro. Na Revista Procampo, continuamos comprometidos em fornecer as informações mais atualizadas e relevantes para ajudar nossos leitores a navegar neste cenário em constante evolução. (Redação Revista Procampo)
