Dados estatísticos com base no ano de 2021 foram apresentados pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio – Cedagro no último dia 9 de novembro em Vitória
O setor de base florestal capixaba contempla uma ampla gama de atividades desde a produção até o consumo de madeira por diversos segmentos, como a indústria de celulose, a indústria de papéis reconstruídos, a indústria moveleira, as unidades de desdobro para a produção de madeira serrada, a siderurgia, a agropecuária, a acomodação e arrumação de cargas, a construção civil, as residências e comércio.
As atividades florestais ao longo da cadeia produtiva geram mais de 66.000 postos de trabalho, o que traz uma renda superior a um bilhão de reais anuais. O PIB do setor florestal corresponde a 7,89% do PIB do Espírito Santo e cerca de 26,3% do PIB do agronegócio capixaba. Além disso, esse setor representa aproximadamente 50% de toda a exportação de produtos do agro. Os tributos gerados anualmente totalizam cerca de R$ 1,2 bilhão o que corresponde a aproximadamente 7% do total arrecadado pelo Estado em 2021.
Nos últimos anos a indústria de árvores aportou R$ 4,46 bilhões no Estado e outros R$ 3,42 bilhões serão investidos nos próximos anos, segundo dados do Cedagro.
Tecnologia ao mesmo tempo é uma vertente de atuação do setor. Exemplo é a produtividade do eucalipto, que por meio de melhoramento genético alcançou índices de referência em nível mundial. No Espírito Santo, a produtividade média é de 30,09 m³/ha/ano, podendo alcançar mais de 46 m³/ha/ano.
As florestas ocupam 280.026 hectares, equivalente a 6,07% da área estadual. Destaca-se que a área agrícola degradada soma 367.254 hectares, “o que nos proporciona uma área propícia ao plantio de eucalipto e que nos possibilita aumentarmos a área plantada, pois hoje temos um déficit de madeira 159.000 hectares para os diversos segmentos. Alguns segmentos como celulose, siderurgia e produção de MDF, eles têm reservas, já os outros segmentos estão até diminuindo suas atividades no estado em função disso”, salienta Gilmar Dadalto, presidente do Cedagro.
Atualmente a área estadual ocupada por eucalipto (264.298 ha) e pinus (1.823 ha) é insuficiente para um setor que demanda 13.363.906 m³ de madeira por ano. Segundo Dadalto, “seriam necessários mais 425.602 hectares de plantios sendo 417.675 ha de eucalipto e 7.927 ha de pinus”.
Por isso o Cedagro lançou na oportunidade a proposta de elaboração do Plano de Desenvolvimento Florestal do Espírito Santo a ser elaborado para dar novos rumos ao desenvolvimento da cadeia produtiva de florestas cultivadas no Estado. Proposta esta que teve o apoio de todas as entidades presentes no evento, Ministério da Agricultura, Secretaria Estadual da Agricultura, Federação da Agricultura do Espírito Santo, Sindicato dos Engenheiros Agrônomos, da Industria Brasileira de Árvores – IBÁ e da Suzano.
Noutra vertente, em função de sua localização geográfica estratégica, infraestrutura e condições agroclimáticas, aliado ao desenvolvimento tecnológico, o Estado apresenta vantagens competitivas importantes para o desenvolvimento de atividades de base florestal.
“Portanto, trata-se de um setor da economia com notada representatividade nos aspectos ambiental, econômico e social. Contudo, possui desafios a serem enfrentados a fim de melhorar continuamente sua competividade”, conclui Gilmar Dadalto. (Mais Floresta)