Censo Agro mostra déficit estrutural

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Mais da metade dos tratores estão sucateados

Dados preliminares do Censo Agropecuário 2017, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram a existência de um déficit estrutural no que se refere à maquinário agrícola no País. De acordo com o consultor em Agronegócios Carlos Cogo, o Brasil está atrás de vários grandes produtores agrícolas, como os Estados Unidos.

“Enquanto nos Estados Unidos há um trator para cada 36 hectares, no Brasil essa conta é de um trator para cada 96 hectares. Essa proporção se torna inviável para um país que planta três safras por ano”, alerta dizendo que o ideal seria 1 trator para cada 40 hectares plantados.

Ao todo, o País conta com uma frota de 1.226.634 tratores em operação, sendo que 52% deles estão sucateados, 42% têm mais de 20 anos de serviço e 10% estão na faixa de 16 a 20 anos. Além disso, os dados mostram que tratores com até 10 anos de operação representam 38% da frota nacional.

Além dos tratores, a maioria das colheitadeiras também estão em estado de sucateamento, ou seja, das 172.864 que estão em atividade do Brasil, 59% estão no fim de suas atividades. Nesse cenário, 48% das colheitadeiras tem mais de 20 anos de idade, o que representa um número de 78.937 máquinas agrícolas e 8.956 (11%) possui um tempo de uso entre 16 e 20 anos. Apenas 31%, ou 51.763 maquinários, tem menos de 10 anos em atividade.

Entretanto, não é a questão estrutural de maquinários do País que está deficitária, o Brasil sofre também com falta de capacidade estática de armazenagem da safra agrícola. Para uma safra de aproximadamente 230 milhões de toneladas, a capacidade disponível de armazenamento é de apenas 166 milhões de toneladas.

“Quanto maior a safra mais a curva de déficit se acentua, e chega a um ponto em que a prática do ‘eu tiro a soja e boto milho e vice-versa não poderá mais ser feita”, diz Cogo.

Fonte: Agrolink

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